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Podemos passar valores mais profundos e consistentes para nossos filhos, mostrando que consumir não é a meta da vida

Vivemos numa sociedade de consumo, é certo. Assim, muitos aprendem desde pequenos que ter coisas é a meta da existência. O crescer enqunato ser humano – ser uma pessoa melhor, mais compreensiva, solidária, fraterna, ética, dentre outras coisas – tornou-se secundário em nossa cultura.

A felicidade genuína, interna, espiritual, foi sendo substituída pela meta de satisfação imediata, da pequena euforia que se tem quando se adquire algo. Como tudo o que a publicidade “embute” no produto – aceitação dos outros, admiração, afeto, sucesso, etc. - não se realiza, desce-se rapidamente da euforia para a depressão. E volta-se a comprar outra vez, para ter novamente a mesma sensação. Dessas insatisfações e satisfações, euforias e depressões é feita a roda do consumismo desenfreado.

Mas podemos e devemos interromper esse ciclo vicioso, tanto em nós quanto em nossos filhos. Passar valores e explicar como funciona a engrenagem do consumo é uma importante cosntribuição que podemos dar as nossas crianças, para que sejam pessoas mais integras, humanas e realmente felizes. Assim, segue uma lista de sugestões para que passemos às crianças outros significados sobre a existência:

  • Estimular a ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL, caseira e não industrializada, ressaltando que o que é feito em casa é de qualidade, na maioria das vezes muito melhor do que o que se encontra nas ruas.

  • Ensinar que as crianças não precisam PRODUTOS DE MARCA para serem aceitas e respeitadas. Elas podem ser admiradas por suas atitudes e posturas em diversas ocasiões, sendo amigas, solidárias, legais com os outros.

  • Não incentivar COMPORTAMENTOS SENSUAIS (meninas) ou VIOLENTOS (meninos). Mostrar que a infância é uma faze maravilhosa da vida, com as brincadeiras e diversões típicas e que ser adulto antes do tempo não é nada bom.

  • Ficar atento a PROGRAMAS, SITES E FILMES para que as crianças não entrem em contato com conteúdos ou comerciais inadequados. Faça valer sua autoridade natural (não autoritarismo), afinal, você é a pessoa mais adequada para saber o que é apropriado ou não para seus filhos. Mas sempre explique a eles os motivos de você estar vetando ou não uma programação.

  • Evitar computador ou TV NO QUARTO das crianças. E tudo com seu devido tempo. Paralelamente, incentivar o contato com a natureza, as brincadeiras ao ar livre, os jogos com outras crianças.

  • Incentiver as BRINCADEIRAS CRIATIVAS em grupo, que não dependam de produtos ou brinquedos. Brincar de pique, bola ou muitas outras atividades, mesmo as de salão, ajudam na socialização.

  • Conversar sobre o real objetivo da PUBLICIDADE, ensinar como funciona e para que serve, mostrar os artifícios que ela utiliza para fazer as crianças escolherem determinados produtos.

  • Evitar presentear como substituição ao afeto ou à ausência. Não serão presentes que substituirão a falta de presença ou de afeto. Se só tiver a oportunidade de ficar pouco tempo com a criança, use este período para aumentar a intensidade do contato, ficando neste tempo inteiramente a dispor da relação. E EXTERNALISE SEU SENTIMENTO através de carinhos, ações e palavras afetivas.

  • Dê exemplos. Se a criança vê que os PAIS são CONSUMISTAS, buscará imitálos. Pense mais profundamente em suas escolhas de vida. Passe valores para seus filhos.

  • Ensinar as crianças sobre o VALOR DO DINHEIRO e a importância de poupar. Não é só gastar. Conquistas materiais maiores exigem trabalho, disciplina e economia.

  • Evitar COMPAR POR IMPULSO e sem reflexão, ainda que o dinheiro esteja sobrando. Passe para as crianças a necessidade de se pensar antes de gastar. Pode ser que ela deseje realmente uma coisa, algo mais caro, que exigirá que reprima seu impulso de gastar imediatamente.

  • Ensine a CONSUMIR COM RESPONSABILIDADE em casa: usar o telefone com inteligência, consumir energia e água na medida da necessidade. Isso traz consciência pessoal e planetária.

  • Ao sair às compras, combinar antecipadamente com as crianças sobre o que comprar e quanto gastar. É importante ter LIMITES E REGRAS preestabelecidas. Isso evita as compras por impulso e ensina a criança a lidar com o dinheiro com mais realidade.

  • Avaliar se os PRODUTOS DE GRIFE são de verdade os melhores. Explicar que não é o preço nem a marca que definem a qualidade de um produto.

  • Ensinar às crianças que não devem acreditar em tudo que veem e ouvem. Mostre que as mensagens cheias de cores e efeitos especiais tem como único objetivo CONVENCER A COMPAR o produto.

  • Ajude as crianças a entender que NÃO SE PODE TER TUDO e que é difícil ganhar dinheiro. Conversar sobre como é o processo trabalhar/ganhar/poupar etc. É fundamental para que não se crie uma ilusão de que basta pedir aos pais para se obter algo.

  • Explique que o tênis (ou qualquer outro objeto) de MARCA não deixará a criança parecida com o personagem famoso que está anunciando; muito menos vai fazer com que ela seja mais admirada pelos amiguinhos.

 

Matéria publicada no jornal Bem Estar, no. 83, Julho 2010.

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